Porto Alegre, 8 de julho de 2024 – O Sincodiv/Fenabrave-RS divulga os resultados das vendas de veículos no Rio Grande do Sul referentes ao mês de junho de 2024, com destaque para o desempenho do primeiro semestre do ano. Os dados mostram um crescimento significativo em vários segmentos, refletindo a recuperação do mercado automotivo após um período de desafios em função das enchentes que assolaram o estado em maio e o recuo das vendas em todo o RS em função da paralização do DetranRS.

“Já sabíamos que o mês de junho teria altos índices de recuperação, em função do resultado 65% menor de maio em relação a abril. Grande parte desta recuperação se deu pelos veículos sinistrados da enchente, cerca de 30% das pessoas têm seguro veicular e parte destas pessoas adquiriu novos veículos”, comenta Jefferson Fürstenau, presidente Sincodiv/Fenabrave-RS.

Resultados Gerais

Em junho de 2024, foram vendidos 18.507 veículos, um aumento de 227,56% em relação ao mês anterior. No acumulado do semestre, as vendas totalizaram 79.763 unidades, representando um crescimento de 5,72% em comparação com o mesmo período de 2023.

Segmentos Específicos

  1. Automóveis (Autos)
    • Junho/2024: 9.114 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 40.110 unidades
    • Variação Semestral: +6,19%
    • Justificativa: O aumento nas vendas de automóveis é atribuído ao movimento natural do mercado somado as demandas de veículos sinistrado da enchente.
  2. Comerciais Leves
    • Junho/2024: 2.612 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 11.156 unidades
    • Variação Semestral: +10,70%
    • Justificativa: O crescimento no segmento de comerciais leves reflete a demanda crescente por veículos utilitários devido à expansão do setor de logística e comércio eletrônico e aquisições em decorrência da enchente.
  3. Caminhões
    • Junho/2024: 934 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 3.817 unidades
    • Variação Semestral: -3,39%
    • Justificativa: A leve queda nas vendas de caminhões está relacionada às incertezas econômicas e aos altos custos operacionais enfrentados pelos transportadores.

 

  1. Ônibus
    • Junho/2024: 118 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 384 unidades
    • Variação Semestral: -17,60%
    • Justificativa: A queda nas vendas de ônibus reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor de transporte coletivo, que ainda se recupera dos impactos da pandemia, como 2024 é um ano eleitoral para a Prefeituras, estimamos uma recuperação deste mercado.
  2. Motocicletas
    • Junho/2024: 4.092 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 17.214 unidades
    • Variação Semestral: +6,02%
    • Justificativa: O aumento nas vendas de motocicletas é atribuído à crescente popularidade desse meio de transporte econômico e ágil, especialmente em áreas urbanas e o crescimento do setor de tele entregas desde a pandemia.
  3. Implementos Rodoviários
    • Junho/2024: 627 unidades vendidas
    • Acumulado no Semestre: 2.988 unidades
    • Variação Semestral: +7,10%
    • Justificativa: O crescimento nas vendas de implementos rodoviários é impulsionado pela recuperação da atividade agrícola e pela necessidade de renovação da frota que esbarra nos altos custos dos caminhões em sua nova tecnologia EURO 6.

Conclusão

Os resultados de junho e do primeiro semestre de 2024 demonstram uma recuperação do mercado automotivo no Rio Grande do Sul. No início do ano, as entidades acreditavam que o setor de veículos zero quilômetro iria crescer cerca de 12%. O Sincodiv/Fenabrave-RS permanece otimista quanto à continuidade de uma tendência positiva, porém redimensionada para 8%.

“O Brasil cresceu 16% e o RS foi positivo em 5,7%. Efetivamente perdemos estes 10% no mês de maio, esperamos recuperar em julho e agosto. Nossa média de vendas mensal está entre 14 e 15 mil unidades emplacadas, só no mês de junho tivemos uma comercialização de cerca de 17 mil veículos em função da recuperação de maio e indenizações de seguros”, acrescenta Jefferson.

Vale destacar que em maio, a Distribuição de Veículos no RS caiu para a nona colocação no ranking nacional de vendas e no mês de junho manteve o nono lugar, ficando atrás de estados como: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco.

“Até o presente momento, o setor da distribuição não conseguiu se beneficiar de nenhuma linha de crédito do governo que pudesse auxiliar a reconstrução das 300 concessionárias que foram atingidas diretamente pelas águas. O setor também não conseguiu utilizar nenhuma das linhas de capital de giro oferecidas com o objetivo de auxiliar o mercado que ficou descapitalizado frente à paralisação das vendas. Estamos buscando um fôlego junto ao Governo Federal, mas, por enquanto, não conseguimos nos enquadrar em nenhuma das ofertas”, finaliza Fürstenau.

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